As Sete Causas do esfriamento Espiritual
(Livro: A Era do Gelo na Igreja - Capitulo III)
(Livro: A Era do Gelo na Igreja - Capitulo III)
O esfriamento espiritual
não é algo que acontece de repente, num abrir e fechar de olhos. Trata-se de um processo que acontece pela conjugação de alguns fatores ou
causas.
Se quisermos fugir do
esfriamento espiritual temos que conhecer bem essas causas a fim de estarmos
nos prevenindo continuamente e caso detectemos que já estamos sob a influência do esfriamento que possamos combatê-lo em sua origem, ou seja, em suas causas. Conhecer as essas sete causas
também nos capacitará a ajudar outras pessoas.
Pecados
não confessados
Uma das causas mais
facilmente identificadas do esfriamento espiritual tem a ver com pecados não
confessados.
Quando deixamos de
confessar nossos pecados e permitimos que eles se acumulem em nossas vidas
vamos nos tornando cada vez mais frios espiritualmente e vamos perdendo a sensibilidade para ouvir a
voz do Espírito Santo.
Além disso, quando não
confessamos nossos pecados, abrimos brecha para a atuação demoníaca em nossas
vidas. Sim, pecados não confessados conferem ao inferno uma espécie de autorização
legal para influenciar nossas vidas.
Quando confessamos nossos
pecados recebemos imediatamente o perdão e a purificação, e com isso, entramos
de novo debaixo da proteção divina.
Falta
de oração e jejum
Sabemos que a oração é
vital para a manutenção de uma vida espiritual plena. Quanto mais oração maior a intimidade com Deus.
Uma das causas do
esfriamento espiritual é a falta de compromisso com a oração e com o jejum. O nosso adversário sempre trabalha para nos fazer parar de orar. Ele sabe que a oração nos fortalece para vencer tanto o pecado como para confrontar as forças demoníacas. O jejum, por sua vez, é a abstinência de alimentos com um propósito espiritual. Quando jejuamos enfraquecemos a nossa carne e fortalecemos o nosso espírito. Podemos orar sem jejuar, mas jamais poderemos jejuar sem orar.
Distanciamento
da palavra
Outra causa do esfriamento
espiritual é o distanciamento da palavra de Deus.
É através da Bíblia que
ouvimos Deus falar conosco. Quando nos afastamos da Palavra com certeza nos
afastamos de Deus pois deixamos de ouvir a sua voz.
A Palavra de Deus é que
nos corrige, nos exorta, nos ensina, nos consola e nos exorta.
Quanto mais cheios da
Palavra somos mais cheios do Espírito Santo e da unção do Pai.
É a firmeza na Palavra que
nos garante a vitória contra o inimigo das nossas almas nos ataca.
Jesus venceu a todas as
tentações utilizando-se da Palavra de Deus e com isso Ele nos deu a senha para
o sucesso.
Quando nos distanciamos da
palavra perdemos o referencial de santidade e saímos do propósito que Deus tem
para nós.
Afastamento
da vida do corpo
Uma das causas que
contribuem para o esfriamento espiritual é o afastamento da vida do corpo de
Cristo. A Bíblia nos diz que quando nos convertemos somos imergidos, batizados
no corpo de Cristo e somos inseridos em uma família, um organismo vivo. A
igreja, enquanto organismo vivo ela interage em todas as partículas do corpo
vivificando cada pedacinho do corpo. Quando estamos ligados no corpo recebemos
proteção do todo.
Assim, quando somos atacados, recebemos o reforço de todo o
corpo já que todas as orações e jejuns que são feitos pelas partes do corpo
beneficiam a todos indistintamente.
Assim como os glóbulos
brancos se deslocam para o local do corpo humano onde há algum ferimento, da mesma
forma, ocorre no corpo de Cristo.
Assim como o alimento no
corpo humano entra pela boca mas produz efeitos sobre toda a estrutura do
organismo, ministrando força aos membros, assim também ocorre no corpo de Cristo,
pois quando estamos ligados a ele somos alimentados.
Por outro lado, devemos
fazer uma analogia entre a igreja e uma fogueira. Quando tiramos um graveto da
fogueira ele facilmente se apaga, mas quando o colocamos de volta à fogueira,
ele é novamente aceso.
Materialismo
ou prosperolatria
A prosperolatria como o
próprio nome já diz é a idolatria da prosperidade. Vivemos em um sistema
capitalista e é da natureza do capitalismo estimular a acumulação de riqueza,
pois neste sistema as pessoas só valem o que têm.
O espírito do capitalismo
nos seduz com muita facilidade, principalmente a nós brasileiros que vivemos
durante tanto tempo tão perto da pobreza.
A pobreza nos exclui dos
privilégios mais básicos da vida; a pobreza nos torna carentes de tudo que é material;
a pobreza diminui a nossa auto-estima; a pobreza atenta contra a nossa dignidade
enquanto seres humanos. A pobreza assassina os nossos sonhos, aniquila nossas
esperanças, nos torna vulneráveis e rouba nossos filhos para a criminalidade. A
pobreza nos desestabiliza enquanto pessoas.
Numa realidade como esta
que acabo de descrever e que pode ser facilmente compartilhada pela imensa
maioria dos brasileiros e latino americanos, o simples aceno do ter pode ser
extremamente sedutor.
É por isso que a teologia
da prosperidade caiu como uma luva em solo brasileiro. Quem é que não quer
ficar rico? Quem é que não quer sair da pobreza? Quem é que não quer comer o
melhor desta terra?
De certa forma temos que
ser gratos pela teologia da prosperidade, pois ela alavancou dentro de nós uma
fé que nos impulsionou a querer ir mais longe, a alcançar e comer o melhor dessa
terra.
De fato Deus tem prazer em
abençoar seus filhos. De fato, a redenção toca todas as áreas da nossa vida. De
fato, Jesus levou sobre si as nossas maldições, inclusive a maldição da
miséria. De fato Jesus triunfou sobre os principados e potestades, inclusive
sobre o principado da miséria. De fato a fé aliada ao trabalho nos leva a
conquistar e a conquistar inclusive bens materiais.
Entretanto a história se
repete. Aconteceu conosco parecido com o que aconteceu com Israel quando saiu
do Egito. Durante 430 anos eles foram escravizados e explorados pelos algozes
egípcios, mas chegou o dia do basta de Deus em suas vidas.
Deus os arrancou com
mão forte das mãos de faraó, mas não permitiu que saíssem de lá de mãos vazias.
Ordenou que eles pedissem cada um aos seus vizinhos, ouro e prata e aqueles
vizinhos impactados com o poder de Deus e amedrontados com o juízo dos céus,
deram todo o ouro e a prata que tinham aos israelitas. Assim, o povo de Deus
saiu do egito levando consigo a riqueza daquela nação. Era a prosperidade que
chegava finalmente, depois de tanto sofrimento e exploração. Eles ficaram como
quem sonha.
Entretanto, o que
aconteceu na primeira parada do povo no monte Sinai? Moisés subiu ao monte para
orar e receber as tábuas da lei e lá permaneceu por 40 dias. O povo,
impaciente, com a demora, pressionou a Arão, irmão de Moisés para que fizesse a
imagem de um deus para representar o Deus invisível que os tirara do Egito.
Assim, eles trouxeram parte do ouro que haviam recebido como prosperidade de Deus
e o transformaram em um bezerro de ouro, e diante dele passaram a festejar e
celebrar sua prosperidade adorando aquele ídolo e se entregando a todo tipo de
orgia e prostituição.
A cena e os personagens
são diferentes, mas a essência é a mesma. A igreja evangélica
brasileira, enquanto vivia na opressão da pobreza, buscava a Deus com
diligencia e santidade. Tão logo as portas se abriram e as finanças melhoraram,
aos poucos, a prosperidade que foi dada como dádiva por Deus, vem se tornando
um laço para a vida espiritual.
Em nome da busca pela
prosperidade as pessoas passaram a não ter mais tempo para Deus e para a Sua
palavra. Em nome da busca por mais prosperidade, deixaram de lado o compromisso
com a igreja local.
É este o triste quadro que
vemos hoje em boa parte das igrejas. Passaram a idolatrar a prosperidade e com
isso esfriaram-se na fé.
Cumpriu-se o que Paulo
disse:
“Mas os que querem ser ricos caem em
tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem
os homens na perdição e ruína.
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de
toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram
a si mesmos com muitas dores.”
[I Timoteo 6:9-10]
Rebelião
A rebelião dentro de
nossas igrejas tem sido uma séria causa do esfriamento espiritual de muitos.
A rebelião é algo inerente
à natureza adâmica que habita dentro de cada um de nós. O nosso velho homem é
rebelde por natureza.
Rebelião e independência
sãos como as duas pernas de uma mesma tesoura, se completam e são mesmo inseparáveis.
O rebelde quer fazer as
coisas do seu jeito e no seu tempo e não aceita intromissão de ninguém. Ele tem
sede por controle. Quer controlar a sua própria vida e a de quem estiver perto
dele.
É por isso que o profeta
Samuel afirma que o pecado da rebelião é como o pecado da feitiçaria [I
Sm.15:23]. Assim como os feiticeiros são capazes de oferecer qualquer tipo de
sacrifício aos demônios para controlar e manipular a vida das pessoas por meio
dessas mesmas forças demoníacas, da mesma forma, o rebelde tem sede por manipulação.
O rebelde é um
questionador por natureza. Ele precisa ser convencido para então poder
obedecer. Ele possui argumentação convincente e costuma ser arrogante na defesa
de suas razões.
Uma das maiores
dificuldades do rebelde está em se sujeitar a qualquer autoridade delegada. A
primeira coisa que o rebelde procura fazer é desqualificar a pessoa que está
investida de uma autoridade delegada por Deus e que está acima dele.
Ele é capaz de se fazer
passar por amigo da autoridade para descobrir seus pontos vulneráveis e depois
expor para outros. Rebeldes não possuem escrúpulos e jamais guardam segredos.
Em alguns casos as pessoas
rebeldes carregam consigo sérios problemas de rejeição. Elas mesmas nem sabem
disso, porque muitas vezes a questão está inacessível, guardada a sete chaves no
inconsciente da pessoa e o trauma que deu origem a essa rejeição pode ter acontecido
ainda no útero da mãe ou na mais tenra infância. Neste caso, o rebelde está o
tempo todo na ofensiva para tentar se vingar muitas vezes de um adulto (pai ou
mãe ou os dois) que o tenham rejeitado. Assim toda figura que representa autoridade
deve ser contestada como forma de protesto contra a rejeição que sofreu.
Esse desequilíbrio
costuma acompanhar a vida da pessoa, manifestando-se em forma de rebeldia a
tudo e a todos.
Quando nos levantamos
contra autoridades instituídas por Deus, atraímos sérias consequências para a
nossa vida espiritual. Há um peso de maldição sobre aqueles que agem em
rebeldia.
Infelizmente cresce
assustadoramente a quantidade de pessoas que falam mal de lideranças e se
levantam contra seus líderes espirituais. Ao agirem desta maneira abrem uma
enorme brecha em suas vidas espirituais, passando a serem usadas pelo nosso
adversário que consegue convencer a pessoa de que ela está certa e que está
sendo injustiçada.
Enquanto não houver
genuíno arrependimento e pedido de perdão perante aquela autoridade contra a
qual o rebelde se levantou, acompanhado de ministração de renúncia e quebra de pacto
celebrado com as forças das trevas de forma consciente ou inconsciente, sua
vida ficará travada e a frieza espiritual tomará conta do seu coração.
De nada valerá mudar de
igreja em igreja, por onde ele for, levará consigo a maldição.
Falta
de liberação de perdão
A raiz de amargura também
é fonte de esfriamento espiritual. A raiz de amargura nos afasta da graça de
Deus e impede o acesso do Espírito Santo ao nosso coração.
Pessoas amarguradas não
conseguem orar direito, não conseguem ler a Bíblia com devoção, não conseguem
adorar a Deus em espirito e em verdade.
Pessoas amarguradas de
alma costumam se tornar insensíveis em relação ao mover de Deus e por isso
esfriam-se na fé.
O caminho da liberação de
perdão é difícil, mas é o único antidoto para trazer paz ao coração de quem
está amargurado.
Quando não liberamos
perdão permanecemos em uma masmorra sendo castigados por verdugos, como ensinou
Jesus na parábola do credor incompassivo:
“Então o seu senhor, chamando-o à sua
presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me
suplicaste.
Não devias tu, igualmente, ter
compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?
E, indignado, o seu senhor o entregou
aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.
Assim vos fará, também, meu Pai
celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.”
[Mateus 18:32-35]