quinta-feira, 13 de outubro de 2016

As 7 causas do esfriamento espiritual


As Sete Causas do esfriamento Espiritual
(Livro: A Era do Gelo na Igreja - Capitulo III)

O esfriamento espiritual não é algo que acontece de repente, num abrir e fechar de olhos. Trata-se de um processo que acontece pela conjugação de alguns fatores ou causas.

Se quisermos fugir do esfriamento espiritual temos que conhecer bem essas causas a fim de estarmos nos prevenindo continuamente e caso detectemos que já estamos sob a influência do esfriamento que possamos combatê-lo em sua origem, ou seja, em suas causas. Conhecer as essas sete causas também nos capacitará a ajudar outras pessoas.

Pecados não confessados
Uma das causas mais facilmente identificadas do esfriamento espiritual tem a ver com pecados não confessados.

Quando deixamos de confessar nossos pecados e permitimos que eles se acumulem em nossas vidas vamos nos tornando cada vez mais frios espiritualmente e vamos perdendo a sensibilidade para ouvir a voz do Espírito Santo.

Além disso, quando não confessamos nossos pecados, abrimos brecha para a atuação demoníaca em nossas vidas. Sim, pecados não confessados conferem ao inferno uma espécie de autorização legal para influenciar nossas vidas.

Quando confessamos nossos pecados recebemos imediatamente o perdão e a purificação, e com isso, entramos de novo debaixo da proteção divina.

Falta de oração e jejum
Sabemos que a oração é vital para a manutenção de uma vida espiritual plena. Quanto mais oração maior a intimidade com Deus.

Uma das causas do esfriamento espiritual é a falta de compromisso com a oração e com o jejum. O nosso adversário sempre trabalha para nos fazer parar de orar. Ele sabe que a oração nos fortalece para vencer tanto o pecado como para confrontar as forças demoníacas. O jejum, por sua vez, é a abstinência de alimentos com um propósito espiritual. Quando jejuamos enfraquecemos a nossa carne e fortalecemos o nosso espírito. Podemos orar sem jejuar, mas jamais poderemos jejuar sem orar. 

Distanciamento da palavra
Outra causa do esfriamento espiritual é o distanciamento da palavra de Deus. 

É através da Bíblia que ouvimos Deus falar conosco. Quando nos afastamos da Palavra com certeza nos afastamos de Deus pois deixamos de ouvir a sua voz.

A Palavra de Deus é que nos corrige, nos exorta, nos ensina, nos consola e nos exorta.

Quanto mais cheios da Palavra somos mais cheios do Espírito Santo e da unção do Pai.

É a firmeza na Palavra que nos garante a vitória contra o inimigo das nossas almas nos ataca.

Jesus venceu a todas as tentações utilizando-se da Palavra de Deus e com isso Ele nos deu a senha para o sucesso.

Quando nos distanciamos da palavra perdemos o referencial de santidade e saímos do propósito que Deus tem para nós.

Afastamento da vida do corpo
Uma das causas que contribuem para o esfriamento espiritual é o afastamento da vida do corpo de Cristo. A Bíblia nos diz que quando nos convertemos somos imergidos, batizados no corpo de Cristo e somos inseridos em uma família, um organismo vivo. A igreja, enquanto organismo vivo ela interage em todas as partículas do corpo vivificando cada pedacinho do corpo. Quando estamos ligados no corpo recebemos proteção do todo. 

Assim, quando somos atacados, recebemos o reforço de todo o corpo já que todas as orações e jejuns que são feitos pelas partes do corpo beneficiam a todos indistintamente.

Assim como os glóbulos brancos se deslocam para o local do corpo humano onde há algum ferimento, da mesma forma, ocorre no corpo de Cristo.

Assim como o alimento no corpo humano entra pela boca mas produz efeitos sobre toda a estrutura do organismo, ministrando força aos membros, assim também ocorre no corpo de Cristo, pois quando estamos ligados a ele somos alimentados.

Por outro lado, devemos fazer uma analogia entre a igreja e uma fogueira. Quando tiramos um graveto da fogueira ele facilmente se apaga, mas quando o colocamos de volta à fogueira, ele é novamente aceso.

Materialismo ou prosperolatria

A prosperolatria como o próprio nome já diz é a idolatria da prosperidade. Vivemos em um sistema capitalista e é da natureza do capitalismo estimular a acumulação de riqueza, pois neste sistema as pessoas só valem o que têm.

O espírito do capitalismo nos seduz com muita facilidade, principalmente a nós brasileiros que vivemos durante tanto tempo tão perto da pobreza.

A pobreza nos exclui dos privilégios mais básicos da vida; a pobreza nos torna carentes de tudo que é material; a pobreza diminui a nossa auto-estima; a pobreza atenta contra a nossa dignidade enquanto seres humanos. A pobreza assassina os nossos sonhos, aniquila nossas esperanças, nos torna vulneráveis e rouba nossos filhos para a criminalidade. A pobreza nos desestabiliza enquanto pessoas.

Numa realidade como esta que acabo de descrever e que pode ser facilmente compartilhada pela imensa maioria dos brasileiros e latino americanos, o simples aceno do ter pode ser extremamente sedutor.

É por isso que a teologia da prosperidade caiu como uma luva em solo brasileiro. Quem é que não quer ficar rico? Quem é que não quer sair da pobreza? Quem é que não quer comer o melhor desta terra?

De certa forma temos que ser gratos pela teologia da prosperidade, pois ela alavancou dentro de nós uma fé que nos impulsionou a querer ir mais longe, a alcançar e comer o melhor dessa terra.

De fato Deus tem prazer em abençoar seus filhos. De fato, a redenção toca todas as áreas da nossa vida. De fato, Jesus levou sobre si as nossas maldições, inclusive a maldição da miséria. De fato Jesus triunfou sobre os principados e potestades, inclusive sobre o principado da miséria. De fato a fé aliada ao trabalho nos leva a conquistar e a conquistar inclusive bens materiais.

Entretanto a história se repete. Aconteceu conosco parecido com o que aconteceu com Israel quando saiu do Egito. Durante 430 anos eles foram escravizados e explorados pelos algozes egípcios, mas chegou o dia do basta de Deus em suas vidas. 

Deus os arrancou com mão forte das mãos de faraó, mas não permitiu que saíssem de lá de mãos vazias. Ordenou que eles pedissem cada um aos seus vizinhos, ouro e prata e aqueles vizinhos impactados com o poder de Deus e amedrontados com o juízo dos céus, deram todo o ouro e a prata que tinham aos israelitas. Assim, o povo de Deus saiu do egito levando consigo a riqueza daquela nação. Era a prosperidade que chegava finalmente, depois de tanto sofrimento e exploração. Eles ficaram como quem sonha.

Entretanto, o que aconteceu na primeira parada do povo no monte Sinai? Moisés subiu ao monte para orar e receber as tábuas da lei e lá permaneceu por 40 dias. O povo, impaciente, com a demora, pressionou a Arão, irmão de Moisés para que fizesse a imagem de um deus para representar o Deus invisível que os tirara do Egito. 

Assim, eles trouxeram parte do ouro que haviam recebido como prosperidade de Deus e o transformaram em um bezerro de ouro, e diante dele passaram a festejar e celebrar sua prosperidade adorando aquele ídolo e se entregando a todo tipo de orgia e prostituição.

A cena e os personagens são diferentes, mas a essência é a mesma. A igreja evangélica brasileira, enquanto vivia na opressão da pobreza, buscava a Deus com diligencia e santidade. Tão logo as portas se abriram e as finanças melhoraram, aos poucos, a prosperidade que foi dada como dádiva por Deus, vem se tornando um laço para a vida espiritual.

Em nome da busca pela prosperidade as pessoas passaram a não ter mais tempo para Deus e para a Sua palavra. Em nome da busca por mais prosperidade, deixaram de lado o compromisso com a igreja local.

É este o triste quadro que vemos hoje em boa parte das igrejas. Passaram a idolatrar a prosperidade e com isso esfriaram-se na fé.
Cumpriu-se o que Paulo disse:
“Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.”
[I Timoteo 6:9-10]

Rebelião
A rebelião dentro de nossas igrejas tem sido uma séria causa do esfriamento espiritual de muitos.

A rebelião é algo inerente à natureza adâmica que habita dentro de cada um de nós. O nosso velho homem é rebelde por natureza.

Rebelião e independência sãos como as duas pernas de uma mesma tesoura, se completam e são mesmo inseparáveis.

O rebelde quer fazer as coisas do seu jeito e no seu tempo e não aceita intromissão de ninguém. Ele tem sede por controle. Quer controlar a sua própria vida e a de quem estiver perto dele.

É por isso que o profeta Samuel afirma que o pecado da rebelião é como o pecado da feitiçaria [I Sm.15:23]. Assim como os feiticeiros são capazes de oferecer qualquer tipo de sacrifício aos demônios para controlar e manipular a vida das pessoas por meio dessas mesmas forças demoníacas, da mesma forma, o rebelde tem sede por manipulação.

O rebelde é um questionador por natureza. Ele precisa ser convencido para então poder obedecer. Ele possui argumentação convincente e costuma ser arrogante na defesa de suas razões.

Uma das maiores dificuldades do rebelde está em se sujeitar a qualquer autoridade delegada. A primeira coisa que o rebelde procura fazer é desqualificar a pessoa que está investida de uma autoridade delegada por Deus e que está acima dele.  

Ele é capaz de se fazer passar por amigo da autoridade para descobrir seus pontos vulneráveis e depois expor para outros. Rebeldes não possuem escrúpulos e jamais guardam segredos.

Em alguns casos as pessoas rebeldes carregam consigo sérios problemas de rejeição. Elas mesmas nem sabem disso, porque muitas vezes a questão está inacessível, guardada a sete chaves no inconsciente da pessoa e o trauma que deu origem a essa rejeição pode ter acontecido ainda no útero da mãe ou na mais tenra infância. Neste caso, o rebelde está o tempo todo na ofensiva para tentar se vingar muitas vezes de um adulto (pai ou mãe ou os dois) que o tenham rejeitado. Assim toda figura que representa autoridade deve ser contestada como forma de protesto contra a rejeição que sofreu. 

Esse desequilíbrio costuma acompanhar a vida da pessoa, manifestando-se em forma de rebeldia a tudo e a todos.

Quando nos levantamos contra autoridades instituídas por Deus, atraímos sérias consequências para a nossa vida espiritual. Há um peso de maldição sobre aqueles que agem em rebeldia.

Infelizmente cresce assustadoramente a quantidade de pessoas que falam mal de lideranças e se levantam contra seus líderes espirituais. Ao agirem desta maneira abrem uma enorme brecha em suas vidas espirituais, passando a serem usadas pelo nosso adversário que consegue convencer a pessoa de que ela está certa e que está sendo injustiçada.

Enquanto não houver genuíno arrependimento e pedido de perdão perante aquela autoridade contra a qual o rebelde se levantou, acompanhado de ministração de renúncia e quebra de pacto celebrado com as forças das trevas de forma consciente ou inconsciente, sua vida ficará travada e a frieza espiritual tomará conta do seu coração.

De nada valerá mudar de igreja em igreja, por onde ele for, levará consigo a maldição.

Falta de liberação de perdão
A raiz de amargura também é fonte de esfriamento espiritual. A raiz de amargura nos afasta da graça de Deus e impede o acesso do Espírito Santo ao nosso coração.

Pessoas amarguradas não conseguem orar direito, não conseguem ler a Bíblia com devoção, não conseguem adorar a Deus em espirito e em verdade.
Pessoas amarguradas de alma costumam se tornar insensíveis em relação ao mover de Deus e por isso esfriam-se na fé.

O caminho da liberação de perdão é difícil, mas é o único antidoto para trazer paz ao coração de quem está amargurado.

Quando não liberamos perdão permanecemos em uma masmorra sendo castigados por verdugos, como ensinou Jesus na parábola do credor incompassivo:
“Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.

Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?

E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.

Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.”

[Mateus 18:32-35]


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